J.F Sailer

The Beauty and The Beast.



 Prologo.
  No século XVI muitos mitos rodeavam o Raven, para manter seus súditos e o seu reino o rei se tornou, em segredo, um caçador. Mas não um caçador normal, um caçador de coisas sobrenaturais.
  Enquanto isso seu filho, o príncipe Luke crescia grosso e estupido cego diante tanto poder.Certa noite uma bruxa que teve sua família aniquilada transformou o príncipe que abara de fazer dezoito anos em um monstro apenas por vingança.
  Luke permaneceu na mesma idade vendo seu reino envelhecer e morrer tendo seu castelo amaldiçoado e escondido em uma floresta que não pode ser salva por seu pai.
Agora, depois de cem anos Luke vive escondido do sol e das pessoas, sedento de morte e de sangue tentando apenas reverter o feitiço.


                      Capitulo 1.
     Inglaterra, Século XVI.Cento e cinqüenta anos depois.Reino de Kurt.
   Nada poderia ser pior no momento,tudo,até a morte seria mais bem vinda.Meu pai,o rei,esta morrendo e a minha mãe já se foi a quase treze anos,mas isso não o pior com a absoluta certeza isso não seria o pior.
   Estou presa,atormentada em meu próprio lar.Prometida ao homem que matara minha mãe,mas como todos dizem no reino isso só passa de um problema de uma princesa mimada e rebelde indigna de um trono.Mas eu sei que isso é verdade e que não posso fazer nada mudar o meu passado solitário.
  Já houveram tentativas inúteis minhas de fugir do futuro,para qualquer lugar as montanhas no norte ou até os campos no sul mas pelas minhas negligências,meu noivo Lord Keny me mantém prisioneira.
  Mas hoje uma brecha se abrira nos guardas.Hoje será a grande festa no castelo todos os seguranças estarão ocupados se der sorte sairei com facilidade e terei em mãos a minha liberdade não entendo como as pessoas aceitam tantas coisas erradas principalmente em relação as mulheres não é justo.
  -desculpe-me a intromissão princesa. -A Mary estava em pé do meu lado,eu estava sentada em frente ao espelho penteando o cabelo pensando na minha fuga. 
  -já pedi que me chamasse de Katherine,princesa é um fardo que minha mãe deixou para mim.
  -o que esta pensando em fazer querida?-Mary perguntou com o ar de mãe que sempre tivera sobre mim,depois que a minha mãe se foi ela é como uma mãe pra mim.
  -sugiro que transforme o baile em um inferno e fuja a procura do futuro. -ela colocou meus cabelos para trás e fez uma trança em meus cabelos vermelhos caídos sobre a cintura.-e sugiro também que se arrume.
  Demoramos cerca de meia hora para ajeitar o vestido cor de esmeralda com amarras que faziam meus seios parecerem muito maiores.O vestido era lindo,deixavam meus ombros a mostra e desciam em um verde esmeralda perfeito até o chão detalhes de pra cobriam toda a borda,por fim coloquei uma capa preta que caia por trás dos ombros com uma corrente de prata no pescoço.
  A festa começou,velas banhavam todo o enorme salão uma mesa de carvalho imponente continha no meio do salão as mais refinadas comidas em um banquete fornecido para os nobres para o anuncio do casamento.
  A música parou indicando o começo do discurso do rei,os guardas estavam ocupados assim como todos no salão.Coloquei o capuz de veludo na cabeça e corri para o estabulo onde minha égua esperava por mim,montei nela e corri em direção a lua. 
  Mas não estava sozinha,me descobriram,alguém gritava alguma coisa e outros cavalos corriam em minha direção,corri para o único local perto mas escondido de mais para eles.Entrei na floresta de Raven sem pensar.
  O lugar estava escuro, galhos secos prendiam em minha roupa rasgando-as o barulhos estranhos me deixavam cada vez mais aterrorizada mas nada faria com que ela voltasse para sua prisão.Perdida ou não, ela estava livre e ninguém podia tirar isso de mim.
  Um barulho fez com que a égua horrorizada se levantá-se me derrubando com tudo no chão, outro vulto a égua já estava longe apenas um fecho de luz branca vinha dos confins da floresta.Havia mais alguém ali, não estava sozinha e podia sentir aquela presença fria.
  -Quem esta ai?-gritei e por um instante me senti inútil. Um homem apareceu encostado em uma arvore ele proporcionava sua própria luz negra que envolvia sua pela branca.
  -O que faz aqui?-Perguntou o homem com a voz firme e grave,peguei uma pedra no chão e apontei para ele ameaçando jogá-la nele a qualquer momento.
 -Você realmente pretende machucar-me com isso?
  -Sim!
  -Volte,esse lugar não é para você.-Ele puxou meu braço com força e eu gritei relutante.
  -Não vou voltar e me largue.Vou passar a noite aqui.
  -Sendo assim, presumo que não tenha medo das lendas que contam sobre esse lugar.-Ele se virou e mais uma vez o panico tomou conta de mim.
  -Por favor, leve-me com você prometo que partirei pela manhã para um lugar bem longe não precisara mais me ver e não vou mais te perturbar mais.
[...]
Ele me guiou até um enorme castelo gótico o lugar era assustador com gárgulas horrendas e portões de ferro, ao redor roseiras enormes envoltas nas torres aquela floresta parecia um universo paralelo imerso em um reino em crise.
  Era quase perfeito se não fosse pelos ruídos de animais escondidos na noite e som das folhas que mais pareciam fantasmas. Tudo era melhor que voltar pra casa ou dormir no mato.
  Ele empurrou o enorme portão de ferro que para mim parecia pesado, mas para ele era como tirar uma pena de cima de uma folha de papel. Eu me aprecei para ficar do seu lado o quanto mais que eu tentasse esconder meu medo mais aparente ele ficava.
  Fiquei ao lado dele que com certeza era mais alto que eu o que me deixava um pouco mais desconfortável. Ele tinha uma pequena cicatriz no queixo e os olhos mais negros que a noite e o seu cabelo abaixo das orelhas reluziam em um tom de preto azulado.
  De aparência rústica e bela ele andava sem fazer o mínimo de barulho nos seus passos e isso me assustava, mas eu não podia desistir agora, já fui muito longe e não vou voltar pra casa.
                                            Capitulo 2
  Entramos num enorme salão em tons de vinho, havia um tapete de veludo no chão e em varias partes da sala teias de aranha pairavam contra a luz mórbida de apenas um castiçal, meus olhos queimavam.
  -Então...Oi meu nome é Katherine.-Ele respondeu com um murmúrio e eu tenho certeza de que sorri.
  -Oi.
  -Você poderia ser um pouco educado e me dizer seu nome?
  -Já te cedi um abrigo para a noite, não devo ser educado.
  -tudo bem.-Eu andei até o sofá escuro que estava a minha direita e me sentei, ele se aproximou de uma pequena mesa de vidro e encheu uma taça de vinho.Eu realmente estava cansada mas tentei me manter em pé por um tempo, mas fui caindo no sono aos poucos.
  [...]                    Luke.
  -Já é manhã, ela deve partir.-Falei tomando mais um gole do vinho.
  -Não seja estupido Luke, não cansa da solidão?-Sophia falou pondo a mão em meu ombro, ela era a única que pagou o preço junto a mim, uma mãe que vai viver eternidade junto a mim, pelo menos ela tem a sorte de sair.
  -Aquela que estou destinado a viver?Não, estou começando a me acostumar.
  -Não seja irônico. Eu te conheço muito bem sei que gostou da garota, se não, a teria matado, mas ela esta ai dormindo em seu sofá. É  a sua única chance.
   -Não fico com ninguém a menos que seja de sua vontade, se ela quiser ficar deixarei que fique só até a tarde, se não quiser ficar que vá então.
   -Sei que não acredita na metade das coisas que fala.
   -Tenho tempo de sobra para colocar em pratica tudo o que um mundano de vida normal não conseguiria.
   -Cale-se ela esta acordando.
   A garota se levantou devagar expressando calma pelos olhos talvez ela quisesse ficar, mas isso não resolveria muita coisa apenas mais uma pessoa no solitário castelo submerso.A única em anos que atreveu a entrar no lugar considerado berço das feras.
  Mas como toda lenda tem um ponto de verdade, era melhor que ela saísse daqui antes da noite de lua cheia e antes da caça.
                            Capitulo 3 Katherine.
  Umas vozes me fizeram acordar, eu levantei meio atordoada eu tinha caído em um sono que eu não queria que fosse profundo afinal eu estava na casa de estranho no meio do no meio do nada.
  Abri os olhos aos poucos tentando me adaptar a curiosa escuridão daquele castelo e eu tinha quase  certeza de que já era dia e de que já tinha que partir. Olhei ao redor e me deparei com o Luke de costas para uma senhora que não tinha viso por aqui antes.
  -Bom dia.Já é dia, sim?-Perguntei com a voz abafada.
  -Sim, e com isso vejo que já é hora de partir.Como prometido.-Falou com a mesma voz grave e rouca de ontem a noite.
  -Sei disso.-Tentei elevar minha voz como objetivo de parecer tão grossa quanto ele.
  -Não seja estupido!A garota deve estar faminta,chame-a para um chá.O minha querida seria um terrível ato da minha parte se não a convidasse para um chá.
  -Você gostaria de um chá?-Perguntou Luke e por culpa da sua cara de insatisfeito com o convite resolvi aceitar.
  -Sim, para falar a verdade, eu estou realmente faminta.
  Nos juntamos em uma enorme mesa de madeira escura no centro do castelo iluminado por velas seguradas por castiçais dourados de estilo gótico.A senhora da qual eu não fazia ideia do nome colocou um bule de chá dourado sobre a mesa, logo depois abriu uma das enormes cortinas deixando um pouco de luz entrar na sala.
  Eu estava sentada em uma ponta da mesa, o Luke na outra e a senhora de cabelos grisalhos e olhos castanhos cativantes em uma cadeira ao meu lado.O sol passava por ela demostrando como era branca a sua pelo se não branca ela era quase translúcida.
  Coloquei um pouco do chá em minha xícara e provando um pouco do liquido doce que estava realmente delicioso .
  -O chá esta realmente delicioso.-Falei em uma tentativa de parecer educada.
  -obrigada!Luke, porque parece tão preocupado?-Falou a senhora se virando para o homem de aparência seria
  -Hoje é noite de lua cheia não se lembra?-Falou com um tom indiferente.
  -Como poderia.
  -o que me lembra que você deve ir antes do anoitecer.-Falou Luke se virando para mim com seus olhos frios.
  -Se quiser que eu vá, por favor fale logo não pretendo ficar nem mais um segundo aqui!-Levantei ajeitando a capa do vestido atrás do pescoço.-Adeus e obrigada.
  -Se for assim deixe-me acompanha-la até a porta.
  -Posso me achar sozinha Luke!
                         Luke.
Foi melhor assim, ela já havia ido embora e mas nada de mundanos por aqui só a triste sensação de solidão que domina essa floresta onde todos os renegados e desgraçados ficam até a morte.
 -Era a sua ultima chance.
 -Sei disso, mas não vou prende-la aqui.-Virei-me e comecei a andar de um lado para o outro.
-Mas sabe o que pode acontecer se ela descobrir o que você é ou ganha seu amor ou terá que prende-la.Você só tem mais um ano olhe ao seu redor, a floresta esta morrendo.
 -preciso achar aquela bruxa, como poderei mudar preso em um mausoléu, duvido muito que uma princesa há de me mudar.Estou fadado a isso esse será o meu fim, sozinho.
 -não seja tão mau consigo mesmo Luke.
  -estou sendo realista.
        Katherine-foragida.
Com certeza as coisas não estavam indo como eu queria, eu estava andando pelas ruas do reino onde nunca pus os pés.Desde pequena sempre quis conhecer o mundo de verdade mas sempre fui treinada a me defender ou como agir em uma mesa e terrível pensar que tudo que fiz foi inútil.
 Mas agora eu estou lutando para encontrar a mim mesma algo que seja de verdade não algo que foi manipulado, quero ter os pés no chão e viver por mim mesma.Coloquei o capuz ao entrar em publico.
  Um garoto corria atrás de suas ovelhas, um homem tentava vender seus pães e uma mulher seus bolos.Tudo era rodeado de músicas e de pessoas com sorrisos enormes ao ver uma completa estranha coberta das cabeças aos pés por uma capa.
  Mesmo sendo inverno e a neve estava começando a tomar conta do lugar as pessoas eram calorosas e receptivas.Um cartaz com um simbolo do reino que estava preso em uma das portas de uma casa humilde me chamou atenção.
  Contia um desenho meu e outro do rei...E como estava escrito o falecido rei.O chão desabou e tudo a minha volta começou a diminuir.
  "A foragida princesa e assassina é acusada a matar seu pai o rei.Ordeno que todos os súditos desse reino a procure em cada lugar desse vilarejo.O súdito que a encontrar viva terá sua devida recompensa.  
 Achei-na o mais rápido possível"
  Então agora eu sou a culpada isso não é certo.Olhei para os lados e as pessoas falavam sobre a minha morte,uma lagrima correu quente no meu rosto e eu me virei com pressa me esbarrando com alguém.
  -Me desculpe jovem.-Falou a moça bonita colocando alguns livros em minhas mão.-Segura isto por favor?
  -Sim.-Falei sem jeito.
   -Venha comigo,essas pessoas estão cegas,você acha que foi realmente a princesa que o matara?Também acho que não,venha garota entre.
  A moça parou de falar por uns estantes abrindo a porta de uma antiga biblioteca com uma estante com vários livros o que me lembrou minha casa.Quando era criança passava horas com a minha mãe na biblioteca do castelo lendo historias sobre príncipes amaldiçoados, uma princesa fugitiva e o amor que cresceu entre eles.
  Como tudo na vida tive que sair dos contos de fadas e entrar na vida real.
  -Você gosta de ler?Claro que sim,você tem cara de quem costuma ler.
.  -Sim eu lia muito com a minha mãe mas ela se foi.
   -se esse é todo o problema tome esse daqui.-Ela tirou um livro de capa dourada, o livro grosso que cheirava a poeira parou nas minhas mãos.
   -Fala sobre contos de fadas,na sua idade eu costumava ler ele toda semana me imaginava em vestidos belos com príncipes bonitos.Era uma maravilha.
   -muito obrigada!-Agradeci com um sorriso no rosto.
   -Já comeu algo?Deve esta faminta,aceita sopa?Fiz uma sopa de cogumelos deliciosa.Aposto que ninguém no castelo faça uma tão boa quanto a minha,você vera.
   A moça curiosa de boca acelerada foi até o fundo da biblioteca e mexeu a sopa no caldeirão e colocou um pouco para mim.Ela fez um sinal para que eu sentasse e eu obedeci eu estava cansada de tanto andar.
   [...]
 

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